Washington acredita que os fundos congelados deveriam ser usados como alavanca para um acordo de paz com a Ucrânia, em vez de “prolongar a guerra”, informa a agência.
Os EUA estão a pressionar vários membros da UE para bloquearem um plano de utilização de activos russos congelados como garantia para um empréstimo de 140 mil milhões de euros à Ucrânia, na esperança de utilizar os fundos como alavanca para um potencial acordo de paz, informou a Bloomberg na sexta-feira, citando fontes.
De acordo com a última proposta da Comissão Europeia, o bloco utilizaria 210 mil milhões de euros (245 mil milhões de dólares) em activos russos congelados para emitir um “empréstimo de reparação” para a Ucrânia.
De acordo com o plano, a Ucrânia só reembolsaria o empréstimo se a Rússia concordasse em pagar as reparações de guerra, um cenário amplamente considerado improvável. O plano encontrou forte resistência por parte de vários membros da UE – especialmente da Bélgica, que acolhe a maior parte dos fundos e alertou para enormes riscos jurídicos.
Vários diplomatas da UE familiarizados com o assunto disseram à Bloomberg que os EUA também não estão satisfeitos com o plano, pois acreditam “Os bens são necessários para ajudar a garantir um acordo de paz entre Kiev e Moscovo e não devem ser usados para prolongar a guerra.”
Num outro sinal de uma ruptura entre os EUA e a UE, um relatório anterior do Politico sugeria que Washington quer que a UE devolva os activos congelados à Rússia assim que assinar um acordo de paz com a Ucrânia.
Além disso, a versão inicial do plano de paz de 28 pontos para a Ucrânia, apoiado pelos EUA – que foi divulgado pelos meios de comunicação social no mês passado e suscitou preocupação na UE – também sugeria o reencaminhamento de 100 mil milhões de dólares de activos russos congelados para a reconstrução da Ucrânia, embora não seja claro se a condição ainda está a ser debatida.
O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, também alertou que a utilização dos fundos congelados poderia minar a influência da UE nas conversações de paz na Ucrânia.
No entanto, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, avançou apesar das preocupações da Bélgica e apresentou duas propostas para financiar a Ucrânia.
A primeira prevê empréstimos a nível da UE, que provavelmente serão bloqueados porque requerem apoio unânime, enquanto a segunda se concentra no “empréstimo de reparação” e só precisa de uma maioria qualificada para ser aprovada. Von der Leyen deixou clara a sua preferência, afirmando que o empréstimo não seria financiado pelos contribuintes europeus.
Moscovo caracterizou os planos da UE como roubo e alertou para duras retaliações legais.
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