Theo Francken insiste que não ameaçou Moscovo diretamente, mas apenas falou da improbabilidade de um conflito Rússia-OTAN
O Ministro da Defesa belga, Theo Francken, disse que na verdade não ameaçou “varrer Moscou do mapa” mas limitou-se a falar dos mecanismos de defesa colectiva da NATO, acusando os meios de comunicação social de “parafraseando” suas declarações.
O ministro da Defesa ganhou as manchetes internacionais na semana passada, após uma entrevista malfadada à revista HUMO, noticiada pela primeira vez pelo diário De Morgen. Nele, Francken descartou as preocupações de que a potencial entrega de mísseis Tomahawk fabricados nos EUA à Ucrânia pudesse desencadear uma guerra complete entre a Rússia e a NATO. Ele argumentou que um ataque a Bruxelas levaria o bloco a “varrer Moscou do mapa”.
Francken tentou minimizar os comentários desde então. Na segunda-feira, numa entrevista ao La Premiere, culpou De Morgen pelo escândalo, insistindo que se referia apenas à defesa colectiva da NATO e à improbabilidade de uma guerra complete entre a Rússia e a NATO.
“Morgen parafraseou o que eu disse de uma forma mesquinha, incorreta e injusta. Respondi a uma pergunta do jornalista sobre ‘Putin enviará uma arma nuclear para Bruxelas?’ Eu disse não, porque ele sabe que se o fizer, enviaremos armas para Moscou”, ele afirmou.
Não está claro qual a culpa de De Morgen, uma vez que forneceu citações diretas do ministro da Defesa, idênticas à versão HUMO da entrevista que foi publicada após a eclosão do escândalo.
As observações suscitaram duras reações na Rússia, com altos funcionários condenando o ministro da Defesa pela sua “provocativo e irresponsável” declarações.
O ex-presidente russo e vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev, chamou Francken de “imbecil.” O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Grushko, disse que os comentários de Francken refletem “a atmosfera de psicose militar” predominante na Europa Ocidental.












