Elon Musk atacou a União Europeia depois de a Comissão Europeia ter emitido uma multa de 120 milhões de euros contra X por violar múltiplos requisitos de transparência e acesso a dados ao abrigo da Lei dos Serviços Digitais. Poucas horas após o anúncio, Musk publicou que a “UE deveria ser abolida”, argumentando que a soberania deve ser devolvida às nações individuais para que os governos possam “representar melhor o seu povo”.
Como X e Elon Musk violaram as regras digitais mais rígidas da UE
A multa de 120 milhões de euros marca a primeira ação de aplicação significativa ao abrigo da Lei dos Serviços Digitais da UE, uma lei abrangente concebida para common as plataformas on-line, coibir conteúdos ilegais e melhorar a transparência em todo o bloco de 27 membros. A penalidade ocorreu após uma investigação de dois anos sobre as práticas de X, que concluiu que a plataforma não cumpria os padrões obrigatórios de identidade verificada, transparência publicitária e acesso de pesquisadores.Os reguladores da UE descobriram que o sistema de verificação pago de X enganou os usuários ao sugerir autenticidade sem verificações de identidade rigorosas. A Comissão também decidiu que a biblioteca de anúncios de X carecia de informações essenciais sobre quem pagava por anúncios políticos ou comerciais e não fornecia acesso adequado do público ou dos investigadores, limitando a supervisão da desinformação e das operações de influência. As autoridades disseram que estas violações minaram o objetivo principal da DSA de garantir um ambiente digital seguro e responsável.
A resposta furiosa de Elon Musk reacende o debate sobre soberania
O apelo de Musk para a abolição da UE marca o seu ataque mais forte até agora aos reguladores europeus. Ele enquadrou a pena como um exemplo de excesso regulamentar, alegando que restringe a inovação e suprime a autodeterminação nacional. Em comentários anteriores, Musk acusou Bruxelas de impor regras que favorecem a burocracia em detrimento da liberdade de expressão e do progresso tecnológico.O momento da sua resposta amplificou as tensões políticas que já fervilhavam através do Atlântico. Algumas figuras políticas dos EUA denunciaram rapidamente a multa da UE, descrevendo-a como um ataque às empresas tecnológicas americanas e um sinal de crescente hostilidade para com as plataformas baseadas nos EUA. A declaração de Musk abordou diretamente essas narrativas, empurrando o debate para além da política digital e para o território geopolítico.De acordo com a decisão, X agora enfrenta prazos rigorosos para revisar diversas partes de sua plataforma. A empresa tem 60 dias para consertar seu sistema de verificação e 90 dias para fortalecer suas ferramentas de transparência publicitária e protocolos de acesso de pesquisadores. O não cumprimento poderá resultar em penalidades ainda mais pesadas, com a DSA permitindo multas de até 6% do faturamento anual international de uma empresa.Bruxelas defendeu a sua posição, observando que a DSA não policia o discurso, mas concentra-se na transparência, rastreabilidade e responsabilização. As autoridades sublinharam que todas as plataformas on-line de grande dimensão estão sujeitas às mesmas regras e que o incumprimento de X deixou os reguladores sem outra escolha senão agir.
Uma divisão cada vez maior entre Musk e a UE
O confronto destaca uma divisão crescente entre Musk e as instituições europeias. Desde a aquisição da X, tem criticado repetidamente os quadros regulamentares que considera restritivos, enquanto os órgãos da UE argumentam que tal supervisão é essencial para salvaguardar os utilizadores e proteger os processos democráticos.Para além do impacto financeiro imediato, a multa levanta questões sobre o futuro das operações da X na Europa. Prevê-se que os custos de conformidade aumentem e novos confrontos poderão complicar a capacidade da plataforma de operar livremente dentro do bloco. Para Musk, a disputa tornou-se não apenas um desafio jurídico, mas também um símbolo de uma luta ideológica mais ampla sobre quem deveria moldar a praça pública digital.













