Início Noticia Entre o groyperismo e o socialismo Mamdani: como Vivek Ramaswamy, de origem...

Entre o groyperismo e o socialismo Mamdani: como Vivek Ramaswamy, de origem indiana, resolve quem é ‘americano’

13
0

As guerras culturais da América já não são apenas uma questão de política. Eles são sobre pertencer. Quem pode se autodenominar americano, em que termos e quem resolve as regras de entrada. Neste debate cada vez mais inflamado entra Vivek Ramaswamy, líder republicano de origem indiana, antigo candidato presidencial e agora um polemista intelectual conservador que escreve para o The New York Occasions.O seu argumento é enganosamente simples e deliberadamente conflituoso: a América não é uma linhagem sanguínea. É um sistema de crenças. E tanto a direita como a esquerda, argumenta ele, estão a trair essa ideia de maneiras diferentes.

Mamdani lança primeiro ataque a agentes do ICE em Nova York após vitória para prefeito; ‘Fora, fora, você não está…’

Dois extremos separando a América

Ramaswamy enquadra o momento atual como um movimento de pinça sobre a identidade americana.À direita está o groyperismo: um movimento online-to-offline que trata a americanidade como uma função de ancestralidade, raça e herança. Nesta visão de mundo, a legitimidade flui do sangue e do solo. O “verdadeiro” americano é alguém cujas raízes são anteriores às ondas de imigração, à legislação sobre direitos civis ou às mudanças demográficas.À esquerda, Ramaswamy vê uma força diferente, mas igualmente corrosiva: o que ele descreve como o socialismo infundido por Zohran Mamdani. Esta abreviatura não se refere apenas a um político, mas sim a uma corrente ideológica mais ampla que outline a identidade através do ressentimento, da luta de lessons e da adesão a grupos, muitas vezes colocando a raça, a vitimização e a redistribuição no centro da política. Estética diferente. Mesmo resultado. Fragmentação.

A América como uma ideia cívica, não uma herança racial

A afirmação central de Ramaswamy é classicamente conservadora e silenciosamente radical no clima de hoje: a americanidade é binária. Ou você é americano ou não é. Não há gradações baseadas na cor da pele, ascendência ou quão cedo sua família chegou. Segundo a sua definição, um americano é alguém que acredita na Constituição, no Estado de direito, na liberdade de expressão e de consciência, e que jura lealdade exclusiva aos Estados Unidos. A cidadania, e não a linhagem, é o teste de qualificação. Esta ideia baseia-se fortemente na tradição reaganista. Você pode viver em muitos países, mas a América é um dos poucos onde qualquer pessoa, de qualquer lugar, pode tornar-se plenamente parte da nação, subscrevendo o seu credo cívico. Essa abertura, argumenta Ramaswamy, não é um desvio moderno. Esse é o ponto.

Por que sua própria identidade aguça o argumento

A intervenção de Ramaswamy tem um peso additional por causa de quem ele é. Nascido e criado em Ohio, filho de pais imigrantes indianos, ele nunca morou fora dos EUA. No entanto, a sua ascensão na política republicana foi acompanhada por um fluxo constante de abusos raciais. Ele falou sobre ser chamado de calúnias, instruído a “voltar para a Índia” e considerado antiamericano por um único motivo: ele não é branco. Até a sua esposa tem sido alvo de comentadores de extrema-direita que usam rótulos étnicos humilhantes. Para Ramaswamy, este não é um debate abstrato. É a prova de que partes da direita estão a mergulhar nas mesmas políticas de identidade que afirmam desprezar. Ao rejeitar as narrativas raciais da esquerda, alguns conservadores, argumenta ele, abraçaram silenciosamente uma narrativa racial própria.

Políticas de identidade, mas com bandeiras diferentes

Uma das arestas mais nítidas do argumento de Ramaswamy é a sua insistência em que o nacionalismo étnico de hoje não é movido apenas pela ideologia, mas pela ansiedade. Os jovens americanos enfrentam elevados custos de habitação, salários estagnados, dívidas estudantis e uma fé cada vez menor nas instituições. Na ausência de uma história nacional unificadora, a frustração transforma-se em tribalismo. Na esquerda, torna-se uma política movida por queixas. À direita, torna-se exclusão étnica.

Sua prescrição maior

Ramaswamy não para no diagnóstico. Ele apela à clareza ethical contra o racismo e o anti-semitismo, reformas económicas que restaurem a fé no sonho americano, uma participação mais ampla na criação de riqueza e um projecto nacional partilhado suficientemente ambicioso para dar às pessoas uma razão para acreditar novamente. Mas por baixo de toda a estrutura política reside uma ideia central: a América não pode funcionar como uma civilização se se definir por quem pertence menos. Só funciona se se definir por aquilo que acredita em conjunto.

Por que este debate é importante agora

O ensaio de Ramaswamy é importante não porque resolve a discussão, mas porque expõe as falhas. Um líder conservador, escrevendo no jornal mais influente da América, alertando abertamente o seu próprio lado contra o nacionalismo racial não é um momento pequeno. A sua visão da identidade americana não é nem multicultural no sentido progressista nem etno-nacionalista no sentido reaccionário. É exigente, cívico e implacável tanto com a política de linhagem como com a política de queixas. Na sua formulação, a América não é algo que se herda. É algo que você escolhe. E cada vez mais, o país é forçado a decidir se ainda acredita que

avots