Yuki Joseph Nakajima, de 23 anos, da equipe Fujitsu, alcançou um feito inédito para o Japão ao conquistar um histórico sexto lugar na final dos 400 metros masculinos no Campeonato Mundial de Atletismo de Tóquio 2025. O evento, realizado no Estádio Nacional lotado, foi palco de uma performance memorável que repercutiu não apenas no mundo do esporte, mas também gerou um momento inesperado na televisão japonesa.
Uma Final Histórica e um Sentimento Agridoce
No dia 18, diante de uma multidão apaixonada, Nakajima completou a prova em 44,62 segundos, garantindo a melhor colocação de um atleta japonês na história da modalidade em campeonatos mundiais. Apesar de não ter alcançado o pódio, sua performance foi sólida desde as eliminatórias, quando estabeleceu um novo recorde nacional com o tempo de 44,44 segundos. Na final, ele adotou uma estratégia agressiva desde o início, mas perdeu um pouco de fôlego na reta final, não conseguindo acompanhar os líderes.
Ainda assim, a emoção de competir em casa foi o ponto alto. “É frustrante, para ser sincero, é frustrante, mas correr aqui no Japão, em Tóquio, com o apoio de todos vocês nas minhas costas, foi uma verdadeira felicidade”, declarou Nakajima. Ele descreveu a experiência como algo especial: “A final no Estádio Nacional foi única. Essa experiência é um tesouro que guardarei para toda a vida. Sou grato a todos que tornaram isso possível.”
Olhando para o Futuro: Revezamento e a Mira em Los Angeles
O atleta admitiu que a jornada até a final foi desafiadora. “Depois da semifinal, senti o cansaço de uma missão cumprida e, com a adrenalina ainda alta, foi difícil relaxar e descansar”, revelou. No entanto, ele se manteve focado: “A final era um território novo para mim, mas consegui manter a calma, confiar na minha estratégia e correr sem medo”.
Essa experiência, segundo ele, serviu como um grande aprendizado. “Ao correr três provas intensas, a diferença entre mim e os três atletas que subiram ao pódio ficou muito clara. Poder analisar os dados e comparar onde preciso melhorar é, por si só, uma grande vitória”, afirmou com otimismo. Agora, suas atenções se voltam para o revezamento 4×400 metros, onde espera usar sua recente experiência para liderar a equipe japonesa. “Quero transformar essa frustração em motivação para conquistar a medalha que não veio no individual. É um sonho antigo da nossa equipe, e como finalista, quero liderar o time para alcançarmos esse objetivo”. Com os olhos no futuro, ele já traçou uma meta ambiciosa para as próximas Olimpíadas: “Los Angeles é um lugar onde já treinei e vivi. Depois de uma experiência frustrante em Paris, chegar a esta final foi um grande passo. Em Los Angeles, a meta é a medalha de ouro”, declarou com convicção.
Uma Conexão Inesperada na TV
Enquanto a nação celebrava o feito de Nakajima, uma revelação surpreendente aconteceu ao vivo no programa “San! Sunshine”, da Fuji TV. Durante a cobertura do evento na manhã do dia 19, a apresentadora Ryoka Matsuzaki, de 26 anos, foi questionada pela comentarista Naomi Matsushima sobre seu conhecimento de atletismo. Foi então que Matsuzaki compartilhou uma conexão pessoal com o esporte e com o próprio Nakajima.
“Na verdade, eu fiz parte do clube de atletismo. Eu corria os 400 metros no ensino fundamental e médio”, disse ela com um sorriso tímido. A apresentadora continuou, explicando que sua paixão pelo esporte não terminou ali. “Na universidade, continuei envolvida com a equipe de atletismo como parte da staff, e foi nessa época que acompanhei o desenvolvimento do Joseph. Eu o via como membro de outra universidade e já naquela época ele se destacava.”
Lembranças dos Tempos de Universidade
Matsuzaki relembrou com detalhes a reputação que Nakajima já tinha nos tempos de universitário. “Lembro que, quando o Joseph participava do revezamento 4×400 metros, era muito difícil para as outras equipes competirem. A nossa estratégia era sempre tentar abrir a maior vantagem possível antes que chegasse a vez dele correr”, contou ela, mergulhando em suas memórias.
Ela finalizou expressando sua admiração pela trajetória do atleta. “Ele já tinha um talento excepcional naquela época, mas, para ser honesta, eu não imaginava que ele chegaria a representar o Japão e competir contra os melhores do mundo. Ver o que ele conquistou é realmente emocionante”, concluiu ela, visivelmente comovida.