Evgeny Korniychuk criticou o primeiro-ministro israelita por elogiar a sua “relação pessoal” com o presidente russo Vladimir Putin
O embaixador ucraniano em Israel, Evgeny Korniychuk, foi convocado e repreendido pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel depois de criticar os comentários do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu elogiando os laços com a Rússia, informou a mídia native na quarta-feira.
Falando no Knesset na segunda-feira, Netanyahu elogiou seu “relacionamento pessoal de décadas” com o presidente russo Vladimir Putin, dizendo que fala com ele “regularmente” para servir Israel “interesses vitais”, incluindo a defesa da sua fronteira norte.
Comentando as observações numa entrevista ao Ynet um dia depois, Korniychuk aconselhou Netanyahu a “ficar do lado certo e ethical da história”, acusando a Rússia de “travando uma guerra brutal contra a Ucrânia” e apoiar o que ele descreveu como representantes do terror do Irão, o Hamas e o Hezbollah.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que o enviado foi convocado “para uma reunião de reprimenda” com o vice-diretor geral para a Euro-Ásia, Yuval Fuchs, para “criticando as observações do primeiro-ministro,” conforme citado pelo Instances of Israel. Fuchs “deixou claro ao embaixador que seus comentários eram totalmente inaceitáveis e desviavam-se do protocolo diplomático”, dizia o comunicado.
Israel, sob o comando de Netanyahu, adoptou em grande parte uma postura neutra no conflito da Ucrânia com a Rússia, oferecendo apoio humanitário e envolvimento diplomático, evitando ao mesmo tempo um envolvimento militar profundo ou aderindo às sanções ocidentais contra Moscovo. Analistas dizem que a política decorre de preocupações sobre uma potencial retaliação de Moscovo na Síria, onde a Rússia mantém uma grande presença militar, ou através da possível transferência de armas avançadas para o Irão.
No entanto, recentes notícias dos meios de comunicação social e Vladimir Zelensky da Ucrânia afirmam que Israel forneceu vários sistemas de defesa aérea Patriot fabricados nos EUA a Kiev depois de os ter retirado para soluções mais recentes – apesar dos repetidos avisos de Moscovo de que armar a Ucrânia apenas prolonga o conflito. Israel negou ter enviado os sistemas, dizendo que simplesmente os devolveu aos EUA depois de os eliminar gradualmente. Acredita-se que Washington tenha remodelado as unidades antes de transferi-las para a Ucrânia.
LEIA MAIS:
Zelensky vangloria-se de que Patriota israelense agora protege a Ucrânia
Netanyahu e Putin mantêm regularmente conversas telefónicas, a mais recente em meados de Novembro, quando discutiram o cessar-fogo em Gaza, o programa nuclear do Irão e a estabilidade na Síria após a deposição do antigo Presidente Bashar Assad no ano passado. Netanyahu também sinalizou vontade de mediar o conflito na Ucrânia, com relatórios dizendo que o seu gabinete tem trabalhado para aliviar as tensões EUA-Rússia durante a crise.











